Casa nova, alegrias e tristezas
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Casa nova, alegrias e tristezas


Hoje está fazendo um ano que estamos de casa nova e gostaria de compartilhar com vocês, pois a moradia para mim sempre foi algo muito importante, mas também é um problema em um grande centro urbano como Paris e sua região. Até comentei em outro tópico os preços absurdos do setor imobiliário.

Comenta-se que aqui na França os jovens casais decidem morar juntos muito rapidamente para economizar no aluguel, que eles se põe muito facilmente a questão "por que pagar 2 aluguéis se podemos pagar apenas 1?". Comigo e Sylvain não foi esse o motivo, mas confesso que nos ajudou muito a poder economizar esse fato de ter um só aluguel na época. Mas o problema é que o antigo apartamento era minúsculo... 30 m2, vocês conseguem imaginar? Para quem mora no Brasil acho que é difícil de pensar, mas nas grandes capitais pelo mundo inteiro parece que é normal... Mas eu vivia ali naquele "apertamento" todo e não estava feliz, sem poder receber os amigos e mesmo sem poder hospedar a minha família quando ela viesse nos visitar. Sylvain já tinha o projeto de comprar um imóvel, e então desde que a minha situação (emocional, principalmente) se estabilizou começamos a visitar possíveis apartamentos.
Acontece que mesmo tendo muita coisa disponível, era muito difícil encontrar algo do meu gosto. Tem muito imóvel em péssimo estado que nem uma reforma daria conta do recado. Visitamos um apartamento até espaçoso, bom preço... Mas quando a gente chega lá, a disposição das peças era como nos castelos, vocês entendem? Quero dizer, a gente vai entrando e uma peça dá na outra, não tem corredor para separar as peças da casa, e para ir à última peça é necessário passar por todas as outras... Daria para refazer tudo, imagino, mas aí as peças diminuiriam muito (eu medi). Em outro caso, as paredes eram tão mofadas, era tanta umidade, eu acho que é impossível vencer a umidade e desistimos. Em outro caso, o apartamento ótimo, mas o banheiro minúsculo, com um box de ducha (que uma pessoa gordinha nem conseguiria entrar!) e uma pia minúscula e acabava o banheiro.
Até que encontramos um apartamento que nos agradou!!! Sala espaçosa, grande cozinha, banheiro de tamanho razoável (aqui na maioria dos casos o banheiro para fazer as necessidades e o local para tomar banho são separados, o que sempre me causou muito estranhamento) e quartos de tamanho adequado. Isso para mim, claro, cujos conceitos de GRANDE e PEQUENO mudaram muito desde que morei no mini-apartamento. Além disso luminoso, com grandes janelas, e aquecimento coletivo pelo solo. Em países com inverno rigoroso temos que prestar atenção no tipo de aquecimento, pois é um grande custo no orçamento da família.
Então fizemos a nossa oferta, recebemos a resposta positiva 2 dias depois, 1 semana depois recebemos uma resposta positiva do banco e então aguardamos 3 meses para a assinatura dos papéis e o recebimento das chaves.

Mas uma questão que aparece a cada 3 meses nas publicações locais é "vale a pena comprar?" "Eh o bom momento para comprar?". Para nós sim, por diversas razões:

1. Segurança. Na França os aluguéis aumentam muito mais que os salários. Por exemplo, nos últimos 10 anos a média dos preços em Paris aumentaram mais de 100%, enquanto os salários, míseros 10. Isso faz com que as pessoas quando chegam à aposentadoria, precisam se mudar para lugares cada vez mais afastados, menores e bem mais baratos. E com a aposentadoria cada vez menor, imaginamos que fica difícil conciliar o pagamento de um aluguel caro com a míséria da aposentadoria.

2. Segurança 2. Eu que tenho um salário "normal", pensamos que se um dia Sylvain vir a faltar (pois é, sou meio realista, penso nessas coisas), como eu faria, mais tarde com filhos, para pagar um aluguel sozinha? Sei que existem muitas ajudas do governo, elas amenizam só que não acabam com as dificuldades.

3. Fizemos os cálculos bem direitinho e vimos que a prestação que pagaríamos pelo nosso apartamento ficaria em torno do mesmo preço de um aluguel de um domicílio menor, e que mesmo tendo essa despesa mensal por anos e anos, ainda assim poderíamos economizar e continuar com nossas atividades que amamos, como viajar, ir ao teatro, assistir espetáculos. E tudo isso por algo que um dia vai ser nosso e que dará seguraça aos nossos filhos. Decisão tomada.

Mas vivemos momentos de alegrias e tristezas aqui. Sabíamos que muitas reformas estavam por vir, e a maior delas era de todo o sistema elétrico, o que não é tarefa fácil e não é barato tambem. Além disso, como aqui tudo é muito caro, e principalmente a mão de obra, é muito comum que o casal construa a sua casa sozinho, com a suas próprias mãos, do início ao fim. As vezes com a ajuda da família e amigos, quando eles moram perto (o que não é o nosso caso!). Vejos os meus cunhados que construíram suas casas desde a primeira pedra até o último acabamento, com a ajuda das esposas! Fico impressionada! Eu não conseguia nem retirar um papel de parede!!!

Bem no meio da reforma da eletricidade, confesso que pensei em largar tudo e voltar para o Brasil. Só não fiz por impulso porque ao pesquisar as passagens para partir na mesma semana não encontrei nada por menos de 4 mil euros. Então me acalmei, pensei um pouco e vi que era uma loucura largar tudo no primeiro momento difícil.

Ainda hoje meu apartamento está longe de estar do jeito que queríamos, pois Sylvain trabalha o dia todo e avança um pouquinho à noite e finais de semana, mas viajamos muito aos finais de semana, então ele não avança tão rapidamente assim, e eu também trabalho bastante, chego tarde à noite (então não posso ajudá-lo quando ele chega), e além disso não sei fazer quase nada. Como a poeira e sujeira de reformas é corrente aqui em casa, minhas poltronas e cadeiras estão ainda embaladas com plásticos, assim como as cômodas do quarto (não quero sujar meus móveis novinhos!). Nos ármarios, grandes plásticos protegem as roupas também. Minha máquina NESPRESSO está desde janeiro guardada na embalagem, nunca tirei da sua caisinha. Por isso nenhum interesse em mostrar as fotos atuais. Mas Sylvain me prometeu que durante as suas férias de julho e agosto ele vai trabalhar para valer e que nossa casa será bem bonitinha, e então poderei receber meus amigos com muito carinho!!!

Enquanto isso, fiquem com as imagens dos piores momentos:







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