As minas de Potosi
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As minas de Potosi


Da parte da manhã resolvemos fazer uma visita às minas com a Koala Tours. Foi surreal. Entramos vestidos a rigor, com fatos de mineiro, capacetes e frontal. A visita dura cerca de hora e meia dentro da mina. Quando comecei a percorrer as galerias com os mineiros lá dentro a trabalhar não queria acreditar no que estava a ver. Nós entramos numa mina activa. Os mineiros operavam os carris e extraiam o minério nas galerias por onde os turistas também andam.


Quando comecei a caminhar na galeria a minha respiração tornou-se ofegante. O pó no ar abundava. Não conseguia respirar com tanta poeira. Tapei a boca e o nariz com o lenço. Não conseguia respirar com o lenço por causa da altitude. Sem o lenço a minha garganta fica cheia de pó e sinto-me asfixiar. É horrível. Como conseguem estes mineiros estar aqui tantas horas? Ao fim de meia hora desisti. Voltei para trás. Quando tive que descer de rastos para o segundo nível da mina comecei a sofrer de claustrofobia e voltei para trás. Não podia mais.


O nosso guia chama-se Oscar e conta-nos que os mineiros trabalham entre 8 e 20 horas por dia para ganhar 70 bolivianos (7 euros). As crianças começam a trabalhar na mina com 11 anos e ganham 20 bolivianos por dia (2 euros). Fiquei chocada. Não sei bem porquê!!??¿¿¿ Já estava à espera desta realidade. Já imaginava que esta vida era muito difícil e já sabia que havia crianças. Mas... não sabia que o organismo humano, a esta altitude (4 700 m), sofre muito fisicamente e que o que para mim foi impossível, alguém tem que o fazer para sobreviver. Fiquei de rastos.

Mas a aventura ainda estava a terminar. No regresso o Reinaldo (segundo guia) mandou-me a frente (com dois checos) em direcção à saída da mina. De repente ouço: "Volver, Volver". Não queria acreditar. Vinha um vagão carregado de escórias da mina de frente para mim. A mina naquele local não tinha "valeta". Tivemos que correr a frente do vagão até encontrar um local para escalar um pouco. Subi e sentia os meus pés a resvalar a qualquer momento enquanto aguardava que o vagão passasse. Foi indescritível!!

Da parte da tarde para relaxar visitamos a Casa de La Moneda de Potosi e apanhamos o bus para Sucre.



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