As majestosas Cavernas de Postojna
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As majestosas Cavernas de Postojna


A entrada das Cavernas de Postojna, com a inscrição em latim na fachada, "Acesso à caverna imensa"

          As Cavernas de Postojna (lê-se postoina) ficam junto à cidade de mesmo nome na região da Carniola, a 54 quilômetros da capital eslovena Liubliana ou a uma hora pelos ônibus que se dirigem à costa. Trata-se de um conjunto fabuloso de 20 quilômetros de cavernas cheias de estalactites, estalagmites e colunas, dos quais uma parte é aberta ao público. O tamanho das grutas a cada dia aumenta, pois novas passagens ainda vêm sendo descobertas.

O parque na entrada das cavernas

      Cortadas pelo rio Pivka, que penetra na montanha rente à entrada do complexo, as grutas já eram conhecidas há 800 anos atrás, mas foram abertas à exploração turística em 1819, quando foram visitadas pelo Imperador da Áustria. Hoje são as cavernas mais visitadas da Europa, 600.000 turistas por ano, sendo também aquelas com maior trecho aberto ao público, mais de cinco quilômetros.

O rio Pivka cortando o parque

           A primeira surpresa que tivemos ao chegar foram os arredores da caverna. Sua entrada está rodeada por um bonito parque que cerca o rio Pivka, e claro, possui algumas lojinhas com suvenires e restaurantes para atender aos turistas.

           Apesar de a temperatura do dia estar em torno dos 17 ºC, estávamos todos muito bem agasalhados, porque havíamos sido avisados de que a temperatura no interior da caverna fica em invariáveis 10 ºC, em qualquer época do ano. A grande umidade ajuda a aumentar a sensação de frio. Durante o rigoroso inverno esloveno, deve ser até agradável entrar na caverna, mas nas demais épocas... Para quem chega desprevenido, se pode alugar capas térmicas na entrada por € 4. Segundo relato de uma companheira de viagem que usou o acessório alugado, a capa consegue fornecer proteção térmica adequada apesar de não ser grossa.

O trem e o proteus no cartaz de entrada da caverna

         Após passarmos pela entrada, com ingresso a € 23, entramos num simpático trenzinho que avança dois quilômetros caverna adentro. A via férrea existe na caverna desde 1872. O trem avançou rápido (mais que o ideal), dando alguns calafrios quando o teto praticamente roçava nas nossas cabeças. No final do percurso, fomos recepcionados pelos guias da caverna. Ao nosso grupo coube um guia que falava espanhol, que já foi logo avisando da proibição de uso do flash, pois este causaria problemas às espécies que habitam as cavernas e também facilitaria a proliferação de algas sobre as rochas. 

         Iniciamos então o passeio a pé de 1,5 quilômetro pelas grutas. O percurso é relativamente fácil, apesar de existirem trechos com rampa um pouco íngreme. O trajeto é feito em mão única, havendo inclusive um trecho na volta em que se passa por uma ponte sobre o caminho feito há minutos atrás. O problema deste sistema é que sempre éramos alertados pelo guia para seguir em frente, pois outro grupo logo ocuparia o espaço para ouvir as explicações sobre a área. 

Estalactites na caverna

          A caverna impressiona pelas formações rochosas cinzas ou vermelhas, que estão sendo esculpidas há 70 milhões de anos pela ação da água na rocha calcária. A presença do guia chegaria a ser dispensável, se não fosse por ele dar informações geológicas e parar nos pontos estratégicos do percurso, quando apontava sua lanterna para as formações e indicava com o que elas se pareciam, como por exemplo um casal se beijando. A iluminação colocada para realçar as formas ajuda a tornar o conjunto ainda mais bonito. Há estalactites e estalagmites para todos os gostos, incluindo algumas bem finas que lembram espaguetes caindo do teto. Para aqueles que odeiam escuridão, um alerta:  mais para o fim do percurso acontece um momento-apagão, quando o guia aciona um interruptor e a iluminação  desaparece, deixando a gruta em breu total por alguns segundos.

         Nos rios subterrâneos da caverna vive um animal bem diferente, o proteus, também chamado de "peixe humano" pela cor da pele. Na realidade, trata-se de um pequeno anfíbio que mais parece uma salamandra branca. Com uma aparência bem frágil, o animalzinho respira por guelras, é cego, vive até cem anos e pode passar um grande período sem se alimentar. Pudemos vê-los num pequeno aquário existente no meio do percurso.

Interior da caverna

           Ao final da caminhada, chegamos na parte mais ampla das cavernas, a chamada Sala de Concertos, com capacidade para 10.000 espectadores e que possui uma acústica soberba. Fazendo jus ao nome, concertos de orquestras sinfônicas costumam ser conduzidos no amplo salão natural.

        Em seguida, embarcamos de volta no trenzinho, que segue em parte do trajeto por um caminho diferente e nos deixa junto ao rio subterrâneo, cujas águas caudalosas fazem um barulho ensurdecedor nas paredes da gruta antes de se dirigirem às profundezas. O percurso do rio Pivka em si também é motivo de assombro, já que sua foz se localiza dentro de outra caverna, quando se une a outro rio, formando a maior confluência fluvial subterrânea conhecida na Europa.

Estalactites na caverna

         Já havia percorrido antes outras cavernas como a Cueva del Drac em Maiorca, e por isso inicialmente não estava muito entusiasmado com a visita. No entanto, apesar de Postojna não contar com algumas atrações como o lago interior existente em Maiorca, achei as grutas muito interessantes, com uma extensão e variedade de formações intrigantes. Certamente um programa a ser incluído no roteiro daqueles que vêm conhecer a Eslovênia.

* Este é o terceiro post da série sobre os países da extinta Iugoslávia. Para visualizar os demais, acesse Atravessando os Bálcãs: Croácia, Eslovênia e Bósnia.


  Postado por  Marcelo Schor  em 26.07.2013  



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