À sombra do Vesúvio: tragédia em Pompéia
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À sombra do Vesúvio: tragédia em Pompéia


   






   Dizem que quando aconteceu a tragédia em Pompéia no ano de 79 d.C., os romanos sequer tinham no seu vocabulário uma palavra específica para definir o que era um vulcão. E o relato sobre  Plínio, o Velho contado por seu sobrinho, era tão fabuloso que durante muito tempo foi desacreditado, pois pensavam ter saído da mente de um lunático.
   No ano de 79 d.C, o vulcão Vesúvio entrou em erupção atingindo várias cidades da baía de Nápoles como Pompéia, Ercolano e Stabia. Pompéia foi a mais atingida... A cidade encontra-se a cerca de 9 km do vulcão....quando tudo começou, ninguém sabia o que estava por vir, muita gente se escondeu dentro de casa.






   A tragédia do Vesúvio não veio de uma só vez, como um terremoto. Ela foi uma sucessão de pequenos eventos que foram envolvendo a cidade. O evento todo durou cerca de 20 horas...e a coisa só abrandou mesmo no dia 27 de agosto, dois dias depois.
   Até pouco tempo,  acreditava-se que os habitantes da cidade de Ercolano, que fica ainda mais parto do Vesúvio tinham conseguido escapar. Mas hoje em dia já sabemos que muitas pessoas acabaram morrendo também na orla do mar. O Vesúvio fez milhares de vítimas e sepultou cidades inteiras embaixo das cinzas...Em Pompéia, cerca de 80% da população não sobreviveu...


    Todo mundo tem um cagaço fudido de vulcão, até quem não mora perto de um...Inconscientemente, sempre pensamos em Pompéia, quando ouvimos falar que um vulcão entrou em atividade, não é mesmo?
    O Vesúvio é ativo até hoje, em 1944 foi registrado a última atividade do vulcão, toda a baía de Nápoles teve que ser evacuada. 
  Mas naquela época ninguém sabia o que estava por vir. Os romanos não tinham muita experiência no assunto. Mais tarde, Plínio, o Jovem, sobrinho de Plínio, o Velho, descreveu em duas cartas trocadas com o historiador romano Tácito, a tragédia do Vesúvio m 79 d.C e de como seu tio havia morrido naquele dia. Mas o relato era tão desconcertante  que muita gente pensava tratar-se de uma mentira ou uma maluquice sem-pé-nem-cabeça. Hoje em dia, quando uma catástrofe é muito fudida, usamos o adjetivo plínica para descrevê-la.
   Mas nada que os romanos tivessem vivenciado até então assemelhavam-se ao que eles conheceram naquele dia de agosto de 79 d.C.

     Anos antes, em 63 d. C, a cidade já tinha passado por um intenso terremoto. Quando veio a tragédia definitiva de 79 d.C, muitas casas estava sendo reconstruídas ainda da primeira catástrofe...



  Pompéia era uma cidade próspera na baía de Nápoles. Era uma cidade populosa, com mais de 20 mil habitantes. Suas ruas eram cheias e movimentadas, com intenso transito de pessoas e animais. Comerciantes vinham pela Porta Marina, trazendo peixes e frutos do mar, que eram vendidos nos armazéns da cidade. A cidade também contava com muitos espaços de divertimento como o Anfiteatro, o Grande Teatro, as Termas Stabianas, além de dezenas de tavernas, banhos públicos e prostíbulos espalhados pela cidade...



POMPÉIA: CIDADE SEPULTADA PELAS CINZAS

  No dia 24 de agosto de 79 d.C, o vulcão Vesúvio entra em atividade. Era um pouco mais de 10 horas da manhã. Ouve-se uma grande explosão. Todo mundo saem às ruas. O topo do Vesúvio, que eles acreditavam ser uma montanha, partiu-se em dois. Lá das entranhas do Vesúvio, começou a sair uma chama incandescente,  uma grande nuvem escura que parecia um cogumelo, segundo relataram as testemunhas como Plínio o Velho.
  Os romanos não conheciam os efeitos reais de um vulcão em atividade. Mas num primeiro momento, não houve lavas descendo das encostas...Primeiro a cidade foi invadida por uma chuvarada de pedras pomes que iam sendo cuspidas do alto do Vesúvio. Muitas pessoas assustadas, numa reação instintiva, correram para dentro de suas casas. Depois, começou a descer pela região uma nuvem de poeira negra e tóxica, que fez o dia parecer noite.... 














    Depois das primeiras horas em que a cidade se viu num intenso bombardeiro de pedras pome caindo sobre os tetos, algumas casas começaram a desmoronar, pois o teto não suportava o peso. Quando as famílias quiseram sair do recinto, viram que as portas estavam emperradas pelos entulhos...



   O desconhecimento sobre a situação fez com que muita gente não soubesse qual a atitude certa a tomar. Muitos se preocuparam em recolher seus pertences, salvar seu patrimônio, e esqueceram do perigo real que representava aquela imensa nuvem negra sobre os céus de Pompéia....

   Eu fico imaginando que ali do Forum de Pompéia dá pra ver certinho a visão do Vesúvio. Naquele dia em que tudo escureceu, no ano de 79 d.C, aquela visão deveria ser aterradora.








   Depois da chuvarada de pedras, e da nuvem toxica, veio uma baforada de calor que atingiu um raio de mais de 10 km em torno do Vesúvio. Muita gente morreu ali, com as ondas de calor...
  Então finalmente veio a lava.  Às 13 horas do dia 25 de agosto de 79 d. C, o Vesúvio começou a espumar o magma, que começa a descer pela encosta através de sucessivas explosões, que encobrem a cidade acima de 2 metros..quem está no caminho é pego de surpresa, não dá tempo, ..algumas estavam fugindo, outras deitaram-se de barriga para baixo tentando proteger-se, alguns ainda estavam dormindo, outros encolheram-se em posição fetal... Esses corpos foram encontrados durante as escavações, exatamente como foram deixados durante a irrupção do Vesúvio...
  A tragédia do Vesúvio matou mais de 16 mil pessoas e sepultou a cidade embaixo das cinzas e lavas...




  TRAGÉDIA PRESERVADA

    Após a tragédia, Pompéia ficou coberta por uma massa de cinza de mais de 9 metros. Ela ficou soterrada por mais de 1600 anos até ser encontrada por acaso no final do século XVII. Mas demorou muito tempo para as escavações arqueológicas começarem a revelar a verdadeira magnitude do achado. No final do século XVIII começaram a emergir alguns dos pontos mais importantes do terreno como o Templo de Isis, o Templo de Apolo, o Grande Teatro e o Forum... 




     No século XIX, Pompéia já causava grande frisson entre os viajantes. Apaixonados por História de Roma, os viajantes do chamado Grand Tour tinham como parada obrigatória as ruínas de Pompéia. Muitos chegaram até a levar alguns artefatos como souvenires (até o imperador D Pedro II, esteve em Pompéia nesta época...)






    Num primeiro momento as escavações visavam encontrar objetos valiosos como jóias e objetos de ouro. Mas uma das coisas mais legais é que a cidade soterrada pelas cinzas acabou preservando um imenso acervo de objetos do cotidiano de uma cidade romana, além de preservar intactas centenas de domus (propriedades urbanas de Roma), que tornam possível conhecer como vivia uma família patrícia na época dos romanos. Além disso, essas casas mantém ainda intactas milhares de afrescos que tem um valor artístico inestimável. 

    Os trabalhos permanecem ainda hoje...quando andamos por Pompéia, vemos que certos setores estão sendo escavados, muito material ainda permanece intacto, embaixo do solo...









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