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A Agora antiga
Se um cidadão de Atenas, que tivesse vivido aqui há 2500 anos atrás, pudesse hoje voltar a sua cidade e visitasse, tal como nós o fizemos, o que resta da zona mais rica da cidade de então, o que sentiria ele? Atrevo-me a dizer que, ou morreria de desgosto ou choque ou, no mínimo, ficaria muito deprimido! Porquê? A Agora era a zona mais nobre da cidade, adjacente a acrópole, local dos edifícios e instituições mais prestigiadas e palco das festividades mais importantes da época. Era também o lugar por excelência para alguém se dirigir aos cidadãos anónimos e aos poderosos. Por exemplo, foi aqui que Sócrates (não o José...) passou muito tempo a expor a sua filosofia, assim como, centenas de anos mais tarde, São Paulo pregou o novo evangelho. De facto, foi numa colina cimeira da Agora, denominada Aeropago (colina de Ares, sede do supremo tribunal no período clássico, e que nos visitamos ontem), que São Paulo fez a sua primeira conversão entre os atenienses.
Florescendo através dos séculos VI a.C. a II d.C., e tendo muitos edifícios contemporâneos do Partenon, a Agora foi destruída, pela primeira vez, em 267 d.C., por povos escandinavos. Desde essa altura até aos dias de hoje, foi sendo ocupada por diferentes povos, com culturas distintas, que deixaram a sua marca na cidade, quer pela destruição, quer pela construção de novos edifícios ou pela utilização de outros já existentes. Hoje só restam três edifícios antigos, rodeados de ruínas de fundações de tantos outros e muitos mais por escavar. Desses, um e uma reconstrução do séc. XX (financiada por instituições americanas) de um edifício do séc. I a.C., que era uma espécie de centro comercial da época. Hoje, é nele que está instalado o museu da Agora, onde se podem encontrar algumas peças (de cerâmica, principalmente) recolhidas nas escavações arqueológicas. Outro é uma pequena, mas bonita, igreja do séc. X (restaurada no século passado), com o chão em mármore e o interior revestido por frescos bizantinos (dos quais ainda se pode ver alguma coisa).
O único edifício da época áurea que se mantém em pé (não sei como...) e o templo de Hefaesto (Deus grego da forja) e estava situado numa parte da cidade dedicada ao trabalho dos metais. Foi um dos primeiros edifícios a ser construído enquadrado no plano de Pericles para a reconstrução de Atenas. Estava-se no ano de 449 a.C. As suas semelhanças com o Partenon são muitas, apesar da diferença em termos de dimensão. O que não é de estranhar, uma vez que o arquitecto era também um dos responsáveis pela construção do ex-libris da acrópole! Hoje as paredes e as 34 colunas continuam de pé e no friso da frente ainda se pode ver o que resta da representação dos doze trabalhos de Hércules.
Esta zona acaba por causar aos visitantes (pelo menos a mim...) um certo amargo de boca, uma vez que resta muito pouco do passado (pelo menos visível, uma vez que me dá a parecer que os arqueólogos gregos ainda tem aqui trabalho para muitos anos!) e tem de se usar muita imaginação para tentar visualizar como isto terá sido há mais de 2000 anos. Mas com a ajuda dos desenhos e pinturas vendidas nas ruas, até se chega lá!
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