Palácio dos Marqueses de Fronteira
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Palácio dos Marqueses de Fronteira


Depois de quase duas semanas passadas em Lisboa, eis-me aqui, com novos posts e novas atrações da capital...
A primeira, ao vivo e a cores: o Palácio dos Marqueses de Fronteira, na rua de S. Domingos de Benfica, perto do jardim Zoológico! Espero que gostem!


De caneta em punho e papel na mão, oiço atentamente e aponto algumas das informações que o senhor Frederico, o nosso guia, com humor, nos transmite. Isto tudo, porque as fotografias são proibidas no seu interior e as visitas limitadas e guiadas a esta magnifica propriedade privada, agora do 12º marquês de Fronteira (como não deixou descendentes, instituiu a fundação das casas de Fronteira e Alorna).
Para o mesmo, pode-se apanhar o autocarro nº770 a partir de Sete Rios mas eu fiz uma caminhada, um pouco mais de 15 minutos (e eu, para me perder, sou o máximo), após algum nevoeiro matinal em Lisboa, desta cidade que começa a aquecer.
As duas esculturas frontais do portão dão-nos as boas vindas mas só nos abrem as portas, instantes antes das onze da manhã (as visitas são possíveis de segunda a sábado, às onze e doze da manhã, com exceções).




Admiro a entrada com azulejos coloridos, uma pequena fonte e o brasão no teto da família Mascarenhas (João Mascarenhas recebeu o título de 1º Marquês de Fronteira, como recompensa das vitórias na guerra da restauração, em 1670, pelo rei D. Afonso VI) depois de ter comprado o bilhete conjunto do palácio e jardins (custou 7,5€, só possível em numerário; mas também é possível visitar os jardins por 3€).




Construído entre 1660 a 1672, este edifício era utilizado apenas no verão como pavilhão de caça e distava, do centro da cidade, três horas a cavalo.


Mas depois com a destruição da casa oficial, no centro, durante o terramoto de 1755, a família Mascarenhas transferiu-se para aqui e foram construídas duas novas alas, essas, sim, preparadas para o inverno.


Na primeira divisão, a biblioteca, virada para os bonitos jardins geométricos, existem centenas de livros, desde o século XVI até aos dias de hoje e várias peças únicas, desde um interessante biombo pintado, dois enormes globos, um surpreendente estereoscópio do século XIX (para ver imagens a três dimensões) e até uma escultura de João Cutileiro.



E enquanto que os azulejos do piso inferior são singelos, os do piso superior são mais sofisticados e complementam os maravilhosos estuques das paredes e tetos.


Senão, vejamos, a segunda e a mais importante divisão da casa: a sala das batalhas! Aqui além dos opulentos estuques, do século XVIII, trabalhados em delicadas cores pastel (azul, verde e castanho), existem, também, conjuntos azulejares do século XVII, representados como banda desenhada; ambos, com imagens das guerras e vitórias de Portugal contra Espanha. Existe aqui, também, um enorme tapete persa adquirido num leilão, em 1930, pela própria mãe do atual marquês. A sala está vazia, preparada para eventos.


Na terceira divisão: a sala dos painéis, com chão em madeira, existe uma mesa no centro, estuques (a serem restaurados) com retratos, uma série de painéis com azulejos holandeses, tipo loiça chinesa. Antigamente, era aqui a sala da música (no teto está representada uma lira sol)... e no ar, um delicioso cheiro a comida (nham...nham e a hora do almoço aproximava-se).


A quarta divisão, uma sala mais moderna de estilo neo-clássico, com três janelas, existe um enorme candelabro, uma lareira, duas cómodas do século XV, loiça chinesa Ming e vários retratos entre os quais se inclui (e um dos que mais gostei) o quadro da marquesa de Alorna e um outro quadro atribuído a El Greco.

A última divisão aberta à visitação (o resto é estritamente privado) é uma pequena sala de jantar dotada de lareira, uma colcha da Índia e um tapete com flores assim como um quadro do atual marquês, de António Soares, e uma mesa onde toma as suas refeições.


Fora do edifício principal, está a galeria das sete artes com esculturas, de forte influência italiana do século XVII e azulejos satíricos e humorísticos (os humanos estão personificados como macacos e gatos, supõe-se que depois de terem ganho algumas batalhas, os portugueses tornaram-se infantis e matreiros).





Um pouco mais adiante, no teto e paredes da capela, apresentam-se conchas decalcadas, esculturas de frutas e legumes (que também existem na galeria das artes) e peças de loiça partidas (em reverência partiram-se e colaram-se as peças de loiça utilizadas no festim aqui oferecido ao rei D. Pedro II). Apesar do cheiro a mofo, o teto trabalhado com estuques é admirável.





Na fonte dos "S" pintada com peixes existe uma série de repuxos (só funciona nos dias mais quentes) que tornam a habitação mais fresca.





Depois existe a galeria dos reis onde existe um enorme tanque com "raivosos" cisnes (cuidado com eles) e grandes peixes, com duas enormes escadarias, uma de cada lado.







As bonitas esculturas, os verdejantes jardins, as árvores esculpidas como cogumelos e as esculturas de todos os reis (à exceção dos "Filipes"), azulejos de cobre e prata (característico dos azulejos espanhóis) estão aqui presentes. Além disso, estão aqui representados os meses do ano, os signos e os 4 elementos do planeta (um deles, o fogo, representado por Paula Rego).





Que belo jardim! E que belo palácio! Apesar da falta de fotos do seu interior, acreditem em mim. Vale, mesmo, a pena uma visita!



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