Nyhavn é o novo porto marítimo de Copenhaga e é também a imagem de marca desta magnífica cidade. Enquanto passeio por Nyhavn sinto-me a viajar. As casas coloridas fazem-me lembrar o Camiñito, em Buenos Aires, um antigo porto marítimo da capital argentina. As diferenças não são assim tantas. Apesar de Nyhavn ser um porto novo, a verdade é que os dois se converteram ao turismo e já não vemos pescadores, marinheiros ou comerciantes de peixe nas imediações. Quando muito, vemos inúmeros restaurantes de peixe e marisco que praticam preços completamente proibitivos (pelo menos para nós). É aí que reside a principal diferença entre os dois portos: na Argentina os preços altos ainda cabem na minha carteira, na Dinamarca, não.
Nyhavn foi escavado por prisioneiros suecos na segunda metade do século XVII e os mercadores ocuparam a área circundante transformando-a no centro comercial da cidade, atraído investidores e, por conseguinte, prosperidade. Navios de todo o mundo atracavam no porto, sempre repleto de marinheiros, "damas-generosas" e bares. Era o porto perfeito para quem navegava os sete-mares durante vários meses. Mas, dessa altura, infelizmente, só resta o edifício nº 9. Durante a Guerra Napoleónica, Nyhavn foi bombardeado e esta parte da cidade acabou por decair, transformando-se numa zona negra da cidade, associada à prostituição e consumo excessivo de álcool pelos marinheiros.
Hans Christian Andersen viveu mais de 20 anos em Nyhavn. Curiosamente passou pelas casas nº 20, 67 e 18. Durante este período escreveu grande parte das suas obras, talvez inspirado pela "dark zone". Curiosamente os artistas acabam por residir sempre em lugares assim, atraídos pelos baixos preços dos alugueres e pelas fontes de inspiração abundantes. Basta pensar em Montmartre, em Paris.
Na entrada do porto existe uma âncora que lembra os soldados dinamarqueses mortos na II Guerra Mundial. Em frente a esta âncora pode-se descer e entrar num barco que, durante uma hora, percorre os canais de Copenhaga e nos mostra alguns dos ex-libris da cidade. Nós não entramos nesse.
Existem duas companhias que operam "Boat tours" no porto de Copenhaga.
1. Canal Tours Copenhaguen tem viagens mais frequentes mas ao dobro do preço da outra companhia que opera em Nyhavn (75 Dkk, no Inverno e 95 Dkk, no Verão). A vantagem desta companhia é que o bilhete é válido para 48 h, no Inverno, e 24 horas, no Verão, e o visitante pode subir e descer do barco nas 4 docas onde atraca. Esta é a única companhia que oferece viagens em português. No verão há barcos a todas as horas das 10 h às 19 h. No Inverno os barcos saem no seguinte horário:
Gammel Strand: 10, 11.15, 12.35, 13.55 e 15.20
Nyhavn: 10.20, 11.40, 13.00, 14.20 e 15.45
The Little Mermaid: 10.45, 12.05, 13.25, 14.45 e 16.05
Christianshavn: 11.00, 12.20, 13.40, 15.00 e 16.20
Há também uma "Grande Tour" que dura uma hora, custa 75 Dkk e saí de Nyhavn com o seguinte horário:
10/1 - 15/3:
das 10.15 am - 3.45 pm
16/3 - 9/5:
das 9.30 am - 5 pm
10/5 - 20/6:
das 9.30 am - 6 pm
21/6 - 24/8:
das 9 am - 9 pm
25/8 - 19/10
das 9.30 am - 5 pm
2. Nós escolhemos a companhia Netto- Baden, onde pagamos 40 Dkk para uma viagem de uma hora, mas sem a possibilidade de sair e entrar. Fica muito mais barato e como já tinhamos calcorreado a cidade toda a pé achamos que era mesmo a melhor opção. Basta caminhar 50 metros do lado direito do porto para encontrar a doca desta companhia.
A viagem começa pela admiração do magnífico porto. É diferente vê-lo das ruas que o ladeiam ou do canal. Do canal tem-se uma sensação diferente, uma sensação de envolvência. Do lado direito está o Palácio de Charlottenborg e várias mansões luxuosas; do lado esquerdo as antigas casas de madeira reconstruídas e pintadas a cores vivas. Pelo canal vemos atracados no porto vários barcos antigos, alguns dos quais pertencentes à colecção do Museu Nacional. O porto ganha assim uma áurea ainda mais especial.
Quando se sai do canal entra-se no Inderhavnen, o porto interior da cidade e daí a viagem prossegue em direcção ao canal de Christiania, atravessando o interior desta ilha e saindo mesmo em frente à biblioteca "Black Diamond". Daí, a viagem segue pelo canal de Frederlksholms, circulando a ilha de Slotsholmen onde se situa o palácio de Christianborg. Quando sai deste canal, o barco volta ao Inderhavnen e dirige-se para norte, passando pela Ópera, pela Casa de Espectáculos, pelo Palácio de Amalienborg e segue em direcção à estátua da Pequena Sereia. É interessante ver a sereia deste lado, é como se ela estivesse sentada no porto de costas para o mar.
A viagem termina novamente no porto de Nyhavn. E, apesar do céu nublado e do frio, nós fizemos o passeio todo na parte exterior do barco. Felizmente não choveu, mas os japoneses e russos que nos fizeram companhia não sairam em nenhum momento do aconchego quente da parte coberta do barco. Apesar do frio, esta foi uma excelente forma de nos despedirmos desta magnífica cidade. No dia seguinte regressamos para tirar fotografias com o céu completamente limpo. Copenhaga reservou-nos sol um passeio final.
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