Na vila de Mértola!
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Na vila de Mértola!


Embora pareça ter sido retirada das páginas de um romance histórico, Mértola é, hoje em dia, uma pequena vila que passa facilmente despercebida, comparada há séculos atrás, ao perder a sua forte importância enquanto porto fluvial, depois da invasão dos romanos que a denominaram como Mirtylis Iulia e mais tarde, pelos muçulmanos como Mārtulah, sendo que as suas marcas continuam presentes, aliás, bem presentes!

Embarque, agora, comigo em mais uma aventura histórica e conheça o dia (e a noite!) de mais esta bonita vila alentejana!




E, apesar de não ter sido amor  à primeira vista (e nem à segunda!) tivemos o privilégio de fazer um belo passeio à noite, com uma impressionante lua cheia, antes de termos pernoitado na residencial Beira Rio, com esta vista incrível do quarto (mas aposto que a vista também deve ser fenomenal, dos quartos virados para o rio).

[A chave do quarto foi pedida no hotel ao lado: o Hotel Museu, situado no centro histórico, com escavações arqueológicas descobertas aquando da construção do hotel e possui barco próprio para passeios no rio].



Pouco passam das nove da manhã deste nublado mas convidativo dia para mais um passeio em Mértola, a "vila museu" de um dos maiores concelhos de Portugal!

Em todo o centro histórico existem vestígios de um passado que ainda está a ser descoberto, desta vila debruçada sobre o grande rio do sul: o Guadiana, mais bonito contemplado a partir das muralhas do castelo ou da igreja matriz, a principal e derradeira caraterística desta vila!




Mas antes de entrarmos na igreja visitamos o pequeno e interessante oficina de tecelagem com peças únicas como os seus teares manuais, peças de linho, mantas e tapetes de lã (são caríssimas mas muito quentes, adequadas para os rigorosos invernos).




A igreja matriz, de formas bastante singulares, era outrora a mesquita do século XII! E por dentro, continua muito parecida (sendo um dos poucos exemplares de arquitetura religiosa islâmica no país), pois ainda existem vestígios do antigo templo como o mihrab (nicho que indica a direção de Meca) e as quatro portas de arco, dispostas na  sua forma original (tanto que o altar, contrariamente às outras igrejas, se encontra no lado direito ao invés do centro, no fundo).







No lugar de um antigo reduto árabe terá sido construído aqui o castelo, nos finais do século XIII, após a conquista por D. Sancho II, em 1238, tendo aqui sido fixada a primeira sede da ordem de Santiago. Apesar de ter sido abandonado cinco séculos mais tarde, atualmente, encontra-se em muito bom estado de conservação e alberga um núcleo museológico de artefactos da época pré-islâmica na sua torre de menagem com trinta metros de altura. Existe, ainda, uma enorme galeria subterrânea com 32 metros de comprimento, que serviu de cisterna e possui belas vistas sobre a vila, o rio Guadiana e a ribeira de Oeiras.









E depois de termos deambulado à volta das muralhas do castelo visitamos o bairro islâmico (com entrada paga) de algumas dezenas de habitações, com um traçado de ruas e sistemas de saneamento. As casas estão organizadas em torno de um pátio central, com cozinha e quase sempre com uma latrina.




Existe, ainda um complexo batismal octogonal implantado no centro de um tanque com um degrau que serviria de assento e supõe-se que devido à sua monumentalidade e luxo dos acabamentos supõe-se que deveria ser um palácio no século V. Destaque para os magníficos e minuciosos mosaicos com motivos mitológicos do século VI.










E entre vielas e ruas sinuosas,  passamos, depois, pelos museus de arte islâmica e arte sacra, pela casa Visconde de Bouzões (alojamento local), a torre do rio (antigo sistema defensivo do rio Guadiana, formado por seis pegões implantados ao longo de uma linha curva que protegiam as embarcações e o acesso ao rio para abastecimento de água), a câmara municipal, o "marco" da enchente do rio em 1876 e a torre do relógio até ao cine teatro Marques Duque, onde vimos um passeio/exibição de motas antigas.








Em relação às refeições devo dizer que comemos, comemos muito bem, mas isso é assunto do próximo post!




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