"Valor e confianza ante el porvenir
hallan los pueblos em la grandeza de su pasado.
Mexicano, contémplate en el espejo de esa grandeza.
Comprueba aquí, extranjero, la unidad del destino humano.
Pasan las civilizaciones, pero en los hombres quedará siempre
la gloria de que otros hombres hayan luchado por erigirlas."
Jaime Torres Bodet
Para qualquer pessoa minimamente interessada na cultura e história dos povos mesoamericanos, o Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México, é uma visita obrigatória.
Inaugurado em 1964, com uma área total de mais de 90.000 m2, tem uma arquitectura audaz (para a época), em que um enorme pátio central é rodeado em 3 dos seus lados por edifícios com 2 andares, onde se encontram as salas de exposição.
As exposições estão dispostas por ordem cronológica, sendo que as salas do rés-do-chão estão dedicadas à mesoamérica pré-hispânica, enquanto as do primeiro andar exploram o México actual. Por motivos de limitação de tempo, só nos foi possível visitar as primeiras (e mesmo assim passamos aqui 4 horas!).
Muitas vezes, o conhecimento do México pré-hispânico limita-se ao conhecimento dos Maias e Aztecas. No entanto, o número de povos meso-americanos é muito maior, tal como se pode ver da nossa série inicial de posts, a estes dedicados. Este museu é, assim, o local ideal para nos inteirarmos destas culturas, antes ou depois (conforme o gosto ou conveniência) de se visitar os locais propriamente ditos.
Cada sala do museu é especializada numa civilização em particular, ou num período ou área particular de povoamento. A mera lista dos nomes destas salas dá uma ideia da variedade temporal e cultural que elas abarcam: Introdução à Antropologia, Povoamento da América, Pré-clássico no altiplano central, Teotihuacan, Os Tolteca e a sua época, Méxica (Azteca), Culturas de Oaxaca, Culturas da Costa do Golfo, Maias, Culturas do Ocidente e Culturas do Norte. (Aquando da nossa visita, a sala dos Tolteca estava fechada para manutenção... Grrrr!)
Naturalmente, as grandes atracções do museu pertencem às civilizações "maiores", ou seja, a Teotihuacan, onde a dimensão dos objectos em exposição impressiona tanto quanto a sua beleza e complexidade (como, por exemplo, em partes expostas da Pirâmide da Serpente Emplumada), aos Maias, onde se pode encontrar uma réplica do túmulo do rei Pakal, encontrado no Templo das Inscrições, em Palenque, e as jóias que ornamentavam o corpo, e aos Aztecas, onde se pode admirar a famosa "Porta do Sol", um monólito de 24 toneladas de peso desenterrada da praça central da Cidade do México em 1790 e que constitui uma riquíssima fonte de informação acerca da cultura azteca de adoração do Sol. Quem quiser ver o que este peça terá sido na altura da sua construção, consultar o link
Mas a qualidade das peças expostas não se fica por aqui. Pode admirar-se as cabeças gigantes construídas pelos Olmecas, ou as primeiras representações da Serpente Emplumada, ou ainda conhecermos um pouco melhor os povos que ocuparam o árido norte do México.
Muitas e variadas razoes para não deixar escapar um dos museus mais emblemáticos do Mundo. Quanto a nós, depois desta visita, resta-nos ver ao vivo, ao longo das próximas semanas, muitos dos locais emblemáticos de onde estes objectos foram recuperados... Aguardem as cenas dos próximos episódios!
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