O segundo filme que eu vi foi "La fille du Puisatier" (A filha do poceiro). A história, ao ler o resumo, parecia um pouco banal, mas aqui na França é impossível perder um filme inspirado de uma obra do escritor Pagnol, que retrata em seus recitos a região da Provence como ninguém. E o segundo motivo é a atuação e direção do filme pelo ator francês Daniel Auteuil. Bem menos conhecido que Gérard Depardieu ao redor do mundo, deparei-me pela primeira vez com Daniel Auteuil no filme The Closet ("Le placard", que conta igualmente com a presença em cena de Depardieu!) e virei fã. Ator consagrado há X anos em outra obra cinematográfica de Pagnol, um clássico do cinema francês Jean de Florette, Excelente comediante, ele interpreta personagens dramáticos com uma tal força de expressão que é impossível não sentir as emoções do personagem.
O terceiro filme assisti por acaso: Sucker Punch. Dos 20 que estavam em cartaz, era aquele cuja sessão começava mais cedo (ou seja, para os outros teriamos que esperar muito tempo, e como já estávamos o dia inteiro na rua, não queriamos voltar para casa muito tarde no domingo à noite). Além disso, estava marcado bem grande que o filme estava na sua quinta semana em cartaz, o que é raro por aqui. Com a afluência de filmes de todos os países (com especial atenção aos filmes americanos e franceses, claro), a maioria dos filmes ficam em cartaz por uma ou duas semanas... Quando a gente viu, já passou. Então, indiretamente significa que o filme está sendo (muito) apreciado pelo público. E outra razão foi o fato de Sylvain ler no resumo que se trata de um filme de Snyder (eu sou uma negação para realizadores de filmes, já tinha ouvido falar desse nome mas não conseguia saber de jeito nenhum o que ele já tinha feito antes). E como a minha cunhada que estava junto queria ver também, acabei perdendo (2 contra um) e fomos assistir. Olha, confesso que tive muita dificuldade em ficar sentada quase 2 horas olhando o filme. Desde os primeiros 15 minutos o mesmo se mostrou completamente desistentessante para mim. E a história? Se podemos dizer que tem uma história, é uma história sem pé nem cabeça, com uma heroína que se chama Babydoll, loirinha falsa com um blush bem rosadinho. Além das lindas meninas suas companheiras "loucas de hospicio ou prostitutas de cabaré ou combatentes de guerra", todos os outros personagens são feios, com alguma coisa realmente para chocar o público. Personagens com roupas sujas e ambientes feios jogam com outras cenas de excelente reconstituição, como os cenários de guerra e a paisagem asiática de neve, extremamente complexos. E além disso, essas meninas seminuas que "dansam"... Sem contar a interpretação que julguei horrível do personagem responsavel do hospicio (ou do cabaré). Para mim foi uma tortura dar 2 horas da minha vida a esse filme e saí realmente muito indignada (varias pessoas deixaram a sala no meio do filme). Mas para a minha surpresa... Sylvain e sua irmã gostaram do filme!!! Eles falavam "é bem o universo de Snyder!" Eles justificavam que cada cena era de uma perfeição incrível, que cada segundo de imagem foi trabalhado à exaustão... Nesse ponto até concordo, como eles concordaram que a história era muito ridícula, assim como os atores interpretavam muito mal. Então, EU não vou ao cinema para ver imagens! Se é para ver imagens vou a um museu, mas para mim cinema tem que ter uma boa história e atores que interpretem bem (ou então alguma comediazinha bem leve para passar um momento agradavel e rir muito, sem esquentar muito a cabeça). Visões e definições bem diferentes da sétima arte.