Costumes franceses que me irritam
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Costumes franceses que me irritam


Quem acompanha um pouco o blog sabe que já "defendi" muito os franceses e seus costumes e que já me acostumei com muitas coisas que atualmente fazem parte da minha conduta.

Porém hoje quero falar de alguns hábitos franceses com os quais não consigo que acostumar e que (alguns deles!) me irritam. Vamos lá:

- A mania das francesas não divulgarem o nome do bebê antes do nascimento
Na maioria dos casos que acompanhei, o nome do bebê é segredo! Ninguém soube me explicar bem, em alguns casos é para criar a expectativa mesmo, para que todo mundo fique curioso e conjecturando "qual será o nome do bebê?", em outros casos é por "medo" mesmo, medo de que a gravidez não chegue ao final. 
Sei lá, para mim é importante o bebê já ter um nome, e mesmo se realmente os pais venham a perdê-lo faz parte do processo do luto, mas parece que os franceses não pensam assim.

Recentemente, na família do meu marido um bebê nasceu com 25 semanas e 950 gramas, eainda está no hospital, lutando pela sobrevivência, e ninguém quer nos falar o nome pois não sabem se o bebê vai sobreviver. Cada dia eu pergunto como vai o bebê, mas eu preferia perguntar "como vai o "Fulaninho"? Imaginem, um serzinho que apesar de frágil ele está ali, respirando, vivendo!!! Eh um ser e merece ser chamado pelo seu nome...
Bom, já fiz tanta gafe... Quantas vezes o bebê nascia, eu perguntava "correu tudo bem? a Fulana(mãe) está bem? E o bebê está bem? Então tá..." E aí as pessoas me olhavam chocadas: "você não vai perguntar o nome do bebê?"
Talvez de tanto chamar o bebê de "bebê" eu tenha perdido completamente o interesse pelo nome.
E se o objetivo é causar expectativas, comigo não funciona, não fico morrendo de curiosidade!

- De uma forma geral os franceses fumam e inclusive os jovens acham bonito! Uma coisa que no Brasil está ficando fora de moda.
(Porém, mesmo se eu odeio cigarro, cheiro e fumaça de cigarro, além de todos os problemas de saúde que estão CONFIRMADOS que ele causa, eu respeito quem fuma e acho que o fumante tem que ter o direito de fumar em algum lugar.)

O problema é que aqui na França fumar ganha toda uma dimenção social e se você não fuma meio que fica de fora do grupo, da panelinha...
Quando fui promovida e fui convidada para um Seminário da empresa, a minha chefe me deu algumas "dicas" e disse que no Seminário todo mundo é "cool", todo mundo fuma... Hein? Como assim? Eu disse que fora de questão de fumar, eu que nunca coloquei um cigarro na boca e tenho horror disso. Ela disse que cada um fazia o que queria, mas que era uma forma de estar mais próxima das "conversas" e das pessoas. Ela que não fuma estava lá fumando com os "poderosos" na "pause cigarrette" (pausa cigarro) e é claro que a pessoa que não fuma não vai ficar ali do lado e aí as pessoas se aproximam mais se elas fumam... Felizmente acabei me aproximando de duas pessoas que são muito respeitadas e que não fumam, mas cujos cargos não são nada estratégicos.


- No início me irritava o costume dos franceses de cumprimentarem com beijinhos (geralmente 2, 4 para os mais velhos, para as pessoas do interior ou para os gourmands). Acho um saco ter que chegar no trabalho e sair beijando todo mundo... Mas não é que fiz um esforço enorme para ser beijoqueira, afinal temos que ser "cool" e aí, volta e meia chego querendo beijar as pessoas e sempre tem alguém para dizer "não, não vou te beijar pois estou doente". A primeira vez senti como se fosse um tapa na cara, uma "cortada". Mas não, parece que é normal, as pessoas evitam de sair por aí distribuindo micróbios e acham que os beijinhos no rosto são muito perigosos para isso. O jeito é me acostumar, temos que sair beijando todo mundo, mas sabendo que alguem vai te dizer não pois está doente. Não podemos levar para o lado pessoal!

- Na França ser prolixo é considerado uma qualidade e as pessoas adoram um monologo! As vezes pego um trem e tem alguém falando durante 2 horas e seus companheiros de viagem soh escutando e invervenindo ocasionalmente.
Se eu estou de acordo que é falta de educação sair interrompendo as pessoas, para mim também faz parte de um dialogo uma boa interação, e todo mundo pode falar. Geralmente a gente costuma interremper as pessoas no Brasil para dizer que não estamos de acordo, ou para dar a nossa opinião, ou compartilhar uma experiência semelhante... Mas aqui isso é um pecado mortal!
Resultado: depois de 15 minutos da pessoa falando sozinha eu jah não consigo mais me concentrar ao tom monotono do dialogo e não consigo evitar de pensar em outra coisa.

- Mania de "discutir" sobre tudo... Francês adora uma discussão acirrada! Para mim fica parecendo que é briga mesmo, com exposição de opiniões bem fortes, emoções exaltadas, as pessoas dizem o que pensam sem medo... Mas ai a discussão termina e ninguém ficou de mal, tudo isso faz parte, ninguém leva para o lado pessoal. Eu fico muito cansada com esse tipo de discussão, parece que não me sobra nenhuma energia (uma das coisas mais dificeis para mim é discutir em uma lingua estrangeira!)
Porém na França existem duas palavras diferentes: "Discuter" tem o sentido de um debate, troca de pontos de vista (o que para eles é normal) e "se disputer" seria o conflito, briga (e esse sim é negativo). Na pratica não sei onde termina um e começa o outro.
Mas o pior é que até sou meio assim também e costumo agir dessa forma no meu circulo de brasileiros... Mas o problema é que depois os brasileiros ficam brabinhos e não falam mais comigo!!!

E você, tem algum costume que incomoda onde você mora?



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