As tulipas de Keukenhof
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As tulipas de Keukenhof



As curvas dos jardins de Keukenhof à beira do lago

        Quando visitei a Holanda no ano passado, fiz questão de encaixar Keukenhof no meu roteiro. A vontade surgiu ao ler o post do Vinicius publicado neste blog. Fiquei tão impressionado com as imagens que planejei o roteiro da viagem à Croácia e à Holanda de forma a conseguir visitá-lo, sacrificando alguns dias a mais que poderia passar na Croácia. Como as tulipas entram em floração durante um período muito curto, Keukenhof só fica aberto a cada ano durante dois meses na primavera, entre meados de março e maio.

A entrada do parque

O lago central emoldurado pelas tulipas que vão do roxo ao branco

         Dei sorte. Cheguei em Amsterdã na tarde de 18 de maio e o parque só ficaria aberto até o dia 20. Visitei-o no dia 19, na única manhã em que não choveu em Amsterdã durante toda a minha estadia. Outro golpe de sorte foi o inverno rigoroso que assolou a Europa nos primeiros meses de 2013. Normalmente, nos dias que antecedem ao fechamento do parque as tulipas já estão murchando e os jardins perdem muito de sua beleza. Desta vez, como a floração aconteceu muito mais tarde, estavam em pleno viço ainda. Daria tranquilamente para Keukenhof ficar aberto por mais dias sem prejuízo para as fotos dos visitantes.



            Apesar de a tulipa estar muito associada à Holanda, a planta é originária da Pérsia e da Turquia. Aliás o próprio nome deriva da palavra turca para turbante, numa alusão ao formato da flor. No século XVI, o emissário austríaco que viajou a Constantinopla (atual Istambul) para estabelecer a paz com o Sultão Suleyman  trouxe alguns bulbos de tulipa para Viena, plantando-os no jardim do imperador. Anos depois, um flamengo que havia administrado o jardim real de Viena foi convidado para chefiar o jardim botânico da Universidade de Leiden, uma cidade por sinal situada bem perto de Keukenhof, e claro, levou consigo novos bulbos. A tulipa, que alcança dezenas de espécies, encantou os holandeses e logo se espalhou pelo país, tornando-se um negócio muito lucrativo. O ápice ocorreu em 1637, com a chamada "febre da tulipa", uma das primeiras bolhas econômicas especulativas que se tem notícia, quando um único bulbo poderia valer várias vezes o salário anual de um artesão. Nos dias de hoje um bilhão de bulbos são exportados pela Holanda anualmente, sendo um dos seus principais produtos de renda.




        Em Keukenhof os desenhos formados pelas tulipas variam de ano para ano conforme a criatividade dos paisagistas e jardineiros. O país homenageado também muda. Ano passado foi a Inglaterra - havia um mosaico com as flores formando o Big Ben, mas misteriosamente o canteiro já estava bem murcho, mal dando para reconhecer a silhueta da torre do relógio londrino - e nesta última temporada de 2014 foi a própria Holanda. A diversidade das cores das sete milhões de tulipas plantadas e os desenhos que formam nos jardins em meio às muitas árvores tornam o cenário um autêntico colírio para os olhos.

Arte moderna espalhada pelos jardins de Keukenhof

         Para chegar lá, acordei cedo (o parque abre às 8h e fecha às 19:30) e tomei o trem até o Aeroporto de Schiphol. Lá comprei o combo do tíquete de ônibus mais o ingresso no parque. O ônibus 858, cuja primeira saída ocorre às 8:30, leva trinta minutos no trajeto. Como eu estava hospedado perto da Centraal Station, esta foi a forma mais prática de viagem. Quem está localizado na região dos museus de Amsterdã pode também utilizar o ônibus 197, que liga a Leidseplein ao aeroporto.





       Quando cheguei, os jardins ainda estavam bem vazios, me permitindo tirar fotos com mais tranquilidade. Na saída, por volta da hora do almoço, já estavam lotados de gente. Não custa recordar que Keukenhof atrai um milhão de turistas a cada ano - mas há espaço para todos, pois os jardins ocupam 32 hectares.

Um moinho, cujo interior pode ser visitado, faz a alegria de crianças e adultos

         Se você estiver visitando a Holanda entre 20 de março e 17 de maio do próximo ano, não deixe de incluir Keukenhof nas atrações a conhecer. E com um bônus adicional em 2015: ao invés de haver um país homenageado, o tema será Van Gogh, o grande pintor holandês cujo falecimento completará 125 anos.  

A mistura com outras flores nos canteiros só aumenta a beleza dos jardins de tulipas em Keukenhof

          Para mais fotos, acesse o primeiro post sobre o parque publicado no Álbum de Viagens em 2012 - Keukenhof, o jardim mais bonito do mundo.

          Outros posts sobre a Holanda:
  • Delft, dos canais à porcelana
  • Madurodam, cidade em miniatura na Europa



 Postado por  Marcelo Schor  em 28.06.2014 
   



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